O Laboratório de Biologia Básica de Células-Tronco do Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná) e a Plataforma de Bioensaios em Métodos Alternativos em Citotoxicidade, da Rede de Plataformas da Fiocruz (RPT) ligada à Vice-presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) tiveram patente de invenção concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), no dia 3 de novembro de 2021. A patente aborda a utilização de células-tronco adultas em “Método in vitro para predizer a toxicidade de uma substância teste”.
A pesquisa utiliza células-tronco adultas para definir, com maior precisão, ainda na fase in vitro (no laboratório), a toxicidade de uma nova substância candidata a medicamento, reduzindo a necessidade de se fazer esse tipo de teste em animais. Atualmente, o uso racional e a busca de métodos alternativos à utilização de animais na pesquisa científica são uma preocupação mundial e contam com o apoio da Fiocruz. Com isso, a plataforma ligada à RPT começa a apresentar resultados importantes em testes preliminares e no desenvolvimento de metodologias.
O projeto foi recentemente apoiado pelo Programa Inova Fiocruz, pelo edital Produtos Inovadores, que possibilitou avançar no aprimoramento da metodologia e iniciar o desenvolvimento de ferramentas de análise de dados. Os próximos passos do trabalho incluem o desenvolvimento da softwares para automatizar a análise de dados, prospecção da metodologia para novos desfechos, como a triagem de agentes antiobesidade ou disrruptores endócrinos, e a validação. “É extremamente gratificante ver a realização de pesquisa aplicada numa subunidade da RPT, que busca excelência na prestação de serviços e também no desenvolvimento de metodologias inovadoras.” explica Alessandra Aguiar, Consultora da plataforma.
”Ficamos muito felizes em ver o reconhecimento desse estudo. É muito recompensador saber que o nosso trabalho poderá contribuir para uma questão muito importante para a sociedade e para a ciência no Brasil, que é a redução do uso de animais na pesquisa e desenvolvimento tecnológico”, ressalta Ana Paula Abud, que fez parte da equipe de trabalho com Alessandra e o pesquisador. Bruno Dallagiovanna.
A Lei Arouca (Lei 11.794) que regulamenta o uso de animais para propósitos científicos e didáticos, foi aprovada em outubro de 2008 no Brasil. Também foi criado o Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA), ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, responsável pelos regulamentos que regem o uso de animais em pesquisa em ensino e pelo credenciamento das Instituições envolvidas com essas atividades. Já em julho de 2014, o CONCEA publicou uma resolução normativa (Nº 17) que reconhece métodos alternativos ao uso de animais em atividades de pesquisa no Brasil, dada a importância deste tema para o desenvolvimento científico e tecnológico do país.